terça-feira, 3 de junho de 2014

BACTÉRIAS CAUSAM DOENÇA?

Certa feita, atendi a uma mulher que veio à consulta apenas por curiosidade. Então, depois da anamnese (perguntas e respostas), fiz o exame físico e a análise iridológica (diagnóstico através da íris). A íris me dizia que havia algo sério em seus rins e que precisava de cuidados. Expliquei tudo a ela, que me olhou com um olhar de terrível descrédito e disse que havia acabado de fazer um checkup onde fizera as provas relacionadas a rins e tudo estava perfeitamente normal. Algo constrangido, insisti para que tomasse medidas de proteção, coisa que ela, naturalmente, recusou com firmeza.

O tempo passou e um dia tive a surpresa de vê-la no consultório. Fiquei curioso. Então me contou que seis meses após aquela malfadada consulta, sofreu um problema e perdeu um dos rins; o pior é que uma bactéria chamada Pseudomona aeruginosa lhe agredia o rim remanescente. Já usara todos os antibióticos disponíveis sem sucesso e estava desesperada.
Então lhe expliquei que para as práticas vitalistas em saúde a bactéria não era a causa da doença e sim um dos fatores dela. Para nós, elas têm seu papel, mas não são protagonistas. O que ocorre é que por conta de má alimentação, sedentarismo, estados psíquicos inadequados, entre outros fatores, o funcionamento orgânico se vê dificultado, resultando disso o acúmulo de substâncias inadequadas, pois a produção destas se vê maior do que a capacidade de eliminação do corpo. Este então lança mão das doenças agudas como forma de cura. Hipócrates, no século IV a.C. dizia que a doença aguda era o princípio da cura, pois esta é a forma que o corpo encontra de eliminar as toxinas (diluídas no muco que é produzido nas mucosas da boca, garganta, intestinos, brônquios, vias urinárias etc.) e assim tentar reencontrar o equilíbrio dinâmico que caracteriza a vida. Aí é que os vírus e bactérias entram. Estes seres se alimentam das substâncias que para o nosso corpo são lixo, do mesmo modo que as baratas e os ratos comem o lixo que produzimos em nossas casas. Ratos e baratas não criam o lixo, mas contribuem para mais sujeira quando há desequilíbrio ecológico, porque se multiplicam demais. Da mesma forma as bactérias.

Aqui não há espaço para detalhar melhor este importante assunto. Perguntas dos leitores ajudarão nisso. Mas importa dizer que ela entendeu. Então sugeri que precisava limpar o seu organismo para que não houvesse mais a necessidade de excesso de Pseudomonas.
Fez um rigoroso tratamento que envolvia a adoção de procedimentos hidroterápicos, geoterápicos, alimentares etc. e ficou livre do problema renal que a afligia. Dito melhor, já que para os vitalistas não existem doenças locais, ela ficou livre do problema orgânico geral que se manifestava localmente no rim.

Devo dizer que posto este comentário movido por reportagens que de quando em vez aparecem na mídia, alertando para a presença de superbactérias que resistem a todos os antibióticos e quem tem alguma doença associada a estas bactérias fica em situação muito difícil (alguns grupos de Stafilococus aureus, Neisseria gonorrheae, Klebsiella pneumoniae, NDM-1, Bacilo de Koch – relacionado à tuberculose – Escherichia coli). Isso não significa que eu seja contra o uso de antibióticos, sou contra o seu uso irresponsável e contra o seu uso sem o respeito pela economia orgânica, que é a regra vigente na forma como se pratica a medicina atualmente.
Este é um tema que merece mais que uma mera postagem, mas espero que esta seja tomada como alerta.


Recebam um abraço bacteriano de Aureo Augusto (rsrsrs).

7 comentários:

  1. Dr. Áureo, aqui em Irecê não tem médicos com essa linha de pensamento e eu fico aflita qdo preciso deles. Mesmo tendo um bom plano de saúde- CASSI- não me sinto tranquila, então essas suas considerações me acalmam pois sei q caso precise de cuidados médicos o Sr. está a uma distância razoável da minha casa. A propósito, qdo me consultei c o Sr em Ssa, a minha Iris foi' olhada' e nada de errado comigo.Acho esse método muito interessante pena q ele não é praticado por aqui. Também gostaria muito de saber mais sobre a super bactéria pois perdi um amigo por causa dessa' danada' .Obrigada.

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    1. Olá Lídia,
      é questão de tempo e todos os médicos estarão buscando estratégias para superar este novo desafio. E uma das estratégias será fortalecer o corpo e o sistema imunológico. Então lembrar-se-ão de coisas como a alimentação.
      grato pelo seu comentário

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  2. Aureo,
    A cada artido seu que leio e por ter o privilégio de seu convívio como médico, amigo e colega de trabalho, aprendo e entendo cada dia mais sobre a dinamica da vida. Venho me beneficiando em muito das práticas naturistas, especialmente neste momento da minha vida, você bem sabe.
    A minha pergunta é: restabelecido o equilíbrio orgânico por meio das terapias, mudança de atitude e comportamento, o ser humano pode, por exemplo, "hospedar" numa boa virus como os da Imunodeficiência Humana?
    Sou eternamente grato a você! Abraços,
    Raimundo Cirilo

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    1. Infelizmente não posso dar uma resposta definitiva a sua tão importante pergunta. No entanto, posso responder em base a leituras e experiências pregressas que sim, isso pode acontecer, até porque o vírus em si não é o problema e sim a relação dele com o organismo e deste com o entorno.
      receba um abração. Para mim é constante aprendizado poder estar em contato com um profissional tão competente e dedicado como vc.

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  3. A cada artigo seu que leio...
    Perdão pelo erro de digitação.

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  4. Claro que, se o próprio Áureo declina responder categoricamente, eu, muito menos,
    tenho respaldo para isso.
    Mas a convivência de um organismo saudável com micro-organismos acusados
    de patogenia, é perfeitamente possível e viável.
    Sempre li que o bacilo de Koch se apresenta em organismos sãos, sem que este
    demonstre a mínima tendência à tuberculose.
    Creio até que as bactérias se comportam mais como 'garis' que outra coisa.
    E acredito nos relatos de mulheres africanas portadoras do HIV, sem
    manifestarem AIDS.
    Os vírus, como todos sabem, permanecem longos períodos (séculos?) inativos,
    só iniciando sua atuação quando surgem deficiências nas defesas orgânicas,
    quer dizer, quando se abrem "as portas da felicidade" pra eles.
    O mal é o que sai da boca.. Não, isso é outra coisa, o mal é o que fazem da
    utilização dos antibióticos, suas dosagens absurdas e, até, inoportunas.
    O remédio em dosagem errada é veneno.
    Abraço

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    1. Muito grato, Tesco, pelas suas palavras esclarecedoras. Excelente. Concordo feliz.
      Abração

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